O mundo é uma bola. Ou, pelo menos, parece uma. Mas o formato
arredondado não é exclusividade da Terra entre os planetas do sistema
solar. Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e os demais também são redondos, e
não se trata de uma simples coincidência segundo o pesquisador José
Williams Vilas Boas, da Divisão de Astrofísica do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE).
O especialista explica que os planetas têm esse formato pela combinação
de dois fatores: a força da atração da gravidade e a sua massa. Todos os
corpos no espaço se atraem entre si, pela gravidade, que é maior quanto
maior for a massa do planeta. Na Terra, por exemplo, é essa força que
nos puxa para o chão, que faz com o que os objetos caiam no solo, que
mantém os oceanos presos à superfície e que impede que os gases da
atmosfera escapem para o meio interplanetário.
E essa força é tão grande no caso dos planetas, lembra Vilas Boas, que
acaba provocando um efeito semelhante ao que se teria se fosse possível
fazer uma imensa pilha com milhares de tijolos. A partir de um
determinado momento, o peso dos tijolos seria tão grande que a pilha se
esmagaria sobre si mesma. E foi mais ou menos isso que aconteceu quando
os planetas se formaram.
No início, quando havia pouca massa, a Terra, ainda jovem, poderia ser
disforme ou parecer uma pedra gigante com qualquer formato, como ocorre
com os asteróides. No entanto, a atração gravitacional juntou mais massa
no planeta, aumentando o seu peso, o que ocorreu também com os demais
integrantes de sistema solar.
Com o crescimento, a gravidade de um planeta fica tão forte que tudo é
esmagado na direção do centro e o material que forma o planeta
finalmente se distribui em forma de uma bola, uma vez que essa força
puxa tudo para o centro.